-
Arquitetos: TwoBo Arquitectura + Luis Twose Arquitecto
- Área: 2000 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:José Hevia
-
Fabricantes: Adobe, Cerámicas Ferrés, ICONICO, Marset, Santa & Cole, Trimble, cerámica elías, interruptores JUNG
Descrição enviada pela equipe de projeto. O complexo "Aigües de Vilajuïga" não pode ser plenamente compreendido sem considerar a presença de água que flui no subsolo: um aquífero de água carbonatada que nunca parou de correr desde 1904. Os poços e as construções que pontuam o terreno são um reflexo deste mundo subterrâneo.
Como tornar evidente algo que acontece embaixo da terra? A encomenda previa a reforma das instalações da fábrica, dos poços e dos armazéns, bem como a adição de novos itens ao programa de usos: salas de formação, espaços expositivos e escritórios.
Na superfície, optamos por não construir em excesso, a fim de preservar a atmosfera do terreno. Para valorizar o que o tempo tinha deixado para trás, e talvez por isso tinha permanecido: uma antiga casa de campo de 1800, alguns pequenos estábulos, e um edifício modernista. Limpamos, organizamos, descobrimos e nos apaixonamos por cada detalhe.
Abaixo do nível da terra, agimos de forma diferente. Queríamos chegar perto da água, sentir a experiência de entrar nas profundezas do solo, descer, descobrir a água em seu meio, tornar literalmente visível o invisível. No meio do jardim, escondido atrás de um muro de ciprestes, havia um grande tanque de água circular que mergulhava mais de 6 metros no chão. Uma oportunidade para descer e se aproximar da água.
Escavamos ao redor do tanque até conseguirmos ver a parede curva, revelando o lado que antes estava escondido na terra. Uma nova passagem, através desta parede, nos permite entrar no interior do tanque, onde os reflexos da água inundam o espaço, como se estivesse em uma memória.
A última etapa era cobrir o jardim novamente, como se nada tivesse acontecido, e trazer luz e pessoas para dentro através de clarabóias e rampas. A luz adentra verticalmente, enquanto as pessoas descem quase na horizontal, levando seu tempo para passar da luz para a escuridão, de fora para dentro. Na superfície há apenas o tanque e a rampa que corre ao seu lado.